terça-feira, 11 de outubro de 2011


“Ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes”

sabedoria divina
Naquele tempo, Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo: “O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho.
E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir.
O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’
Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram.
O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles.
Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. Portanto, ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.
Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí um homem que não estava usando traje de festa e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.
Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Aí haverá choro e ranger de dentes’.
Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”. (Mateus 22,1-14)
- Palavra da Salvação!
- Glória a Vós, Senhor!

Homilia

O Banquete e a Salvação
A Liturgia deste Domingo apresenta a salvação sob a imagem de um banquete, preparado por Deus, para todos os homens.
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, o banquete é símbolo da abundância, da vida, da felicidade.
Jesus é o nosso Pastor e convida-nos de mil maneiras a segui-Lo, mas não quer obrigar-nos a acompanhá-Lo contra a nossa vontade. Nisto consiste o mistério do mal: os homens podem recusar esse convite.Jesus, em Mt 22,1-14, fala-nos dessa recusa.
O Reino de Deus é comparado ao Banquete para uma festa de casamento. O Rei é Deus que organiza a festa de núpcias de seu Filho (Jesus).
A Esposa é a humanidade inteira… a própria Igreja…
O Banquete representa a felicidade dos tempos messiânicos. Quem acolhe o convite experimenta profunda alegria… os Servos representam os profetas… os Apóstolos … e todos nós… os Convidados ao longo do caminho… são os homens do mundo inteiro.
Os Primeiros convidados não entram na festa: representam os líderes de Israel, preferem seus interesses.
O convidado sem o traje nupcial foi retirado da sala… os convidados podem estar representados hoje, entre outros, por esses homens que absorvidos nos seus assuntos e negócios terrenos, parecem não necessitar de Deus para nada. E quando são avisados de que o Céu os espera, reagem com violência, como na parábola.
A imagem do Banquete é considerada em outros lugares da Sagrada Escritura como símbolo de intimidade e de salvação. “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo”. (Ap. 3,20). Como é a nossa correspondência às mil chamadas que o Senhor nos faz chegar? Como é a nossa oração, que nos garante a intimidade com Deus?
Rejeitar o convite de Deus é algo muito grave! Perante a salvação, bem absoluto, não há nenhuma desculpa que seja razoável: nem campos, nem negócios, nem saúde, nem bem-estar.
O Senhor quer que a sua casa fique cheia; a sua atitude é sempre salvadora: “Ide até as encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes.Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons” (Mt 22 ,-10). Ninguém é excluído da intimidade divina. Só fica de fora aquele que resiste ao amável convite do Senhor, insistentemente repetido.
“Ide às encruzilhadas e convidai para a festa todos os que encontrardes”. São palavras dirigidas a nós, a todos os cristãos, pois a vontade salvífica de Deus é universal; abarca todos os homens de todas as épocas. Cristo, no seu amor pelos homens, procura com paciência infinita a conversão de cada alma, chegando ao extremo de morrer na Cruz. Cada homem pode dizer de Jesus: “Ele me amou e se entregou por mim” (Gl. 2,20).
Desta atitude salvadora do Mestre participamos todos os que desejamos ser seus discípulos. Os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram… Devemos empenhar-nos, com Cristo, na salvação de todas as almas. Não podemos desinteressar-nos de ninguém.
Temos de sentir toda a urgência de levar as almas, uma a uma, até o Senhor. A mesma solicitude com que Cristo nos anima e conforta é a que devemos ter em relação àqueles com quem convivemos diariamente, seguindo o conselho de Santo Inácio de Antioquia: “Leva a todos sobre ti, como a ti te leva o Senhor”.
Ninguém deve passar ao nosso lado sem que as nossas obras lhe falem de Deus.
Mons. José Maria Pereira

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